Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2021

Hair

Não é uma tinta no meu cabelo que me fará pensar diferente, não é mesmo? Mas mulher tem esse sentimento estranho de que se mudarmos o cabelo, alguma coisa irá mudar. Mas nada muda, a não ser o fato dos nossos familiares encher o saco! Eu não vou deixar o cabelo crescer, porra. E eu vou experimentar todas as cores. Até que algo aconteça. Até que eu consiga mudar algo por dentro da cabeça. Até que eu consiga cortar o que está grande, aqui dentro. Cortar os sentimentos pela raiz. Até que eu consiga colorir algo por dentro. Ou, ironicamente, descolorir algumas coisas. Eu não vou parar de falar alto até que eu ouça o que preciso ouvir. Eu não vou aprender a me maquiar até que eu consiga parar de me esconder tanto atrás de mim.

09/06/2017

Pareço-me muito com tudo aquilo que digo que sou, mas esta não o sou. Escapo das palavras, do pensamento, escapo. Transbordo. Sou o que não sei. Sou o que não controlo. Sou onde escorrego, sou no “sem querer”.                                              Onde controlo, apenas atuo, como também tu atua. Não é como se eu tivesse falando só, eu to falando com um terceiro que não está presente; presente em presença física, digo. Não é porque ninguém pode vê-lo, que não tenha um Tu . Falo destinando a alguém que não me ouve. Falo até mesmo sem me ouvir, só pelo descargo de falar.

02/08/2018

Quando, em seus olhos, vi o reflexo do meu rosto, olhei de volta para mim e aterrorizei-me. Senti vontade de me mascarar, colorir-me de todas as outras cores. Maquiei-me, moldei-me nas mais diversas formas – nada adiantou. Eu, que era bege, quis ser arco-íris. Queria encantá-lo, como ele me encantou, queria ser luz. Mas nada escondia o bege da minha alma. Eu, sem cor, sem vida, sem gosto, sem nada, tentei acreditar que era algo diferente, talvez assim eu pudesse convencê-lo. Ele despiu minh’alma e, ao seu toque, enrubesci. Avermelhei-me. Colori-me

Na estrada.

Na estrada. Na rua, na rota, no caminho. Na trilha, na rima, na linha, no limbo. No balanço, no avanço, não alcanço o horizonte adiante. Adiante! Adiante! Acelere, corra, mova, ande, avance. Avante! Uma curva, outra curva, declínio, declino no voo... – enjoo. Na rua, na rota... É luz de led que ilumina o caminho? Curvas encurtam o horizonte. Nas curvas, o mistério. O que vem em frente? O que me aguarda? Nada me aguarda, nós é que nos cruzamos. Cruzamos uns nos outros, ultrapassamos, ultrapassados, parados - quebra mola amola, a mola inquieta, buracos na estrada. Árvores verdes, estarão mais verdes, estarão amarelas, teremos ipê. Fotografo o horizonte, o monte, um monte de diversidades, felicidade... O registro não é como é a pupila. O garoto, o amor, meu bem, benzinho. Toco-lhe o rosto, do teu gosto eu gosto. Eu olho, te olho, seus olhos - me molho (um pouco). Que sufoco! não acaba. Que não acabe! Quero mais tempo com você. Tempo, tempo lento, vento - não vent