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Mostrando postagens de agosto, 2017

Guarda-chuva amarelo

Você não me apareceu com um guarda-chuva amarelo. Na verdade, eu que segurava um livro de um autor do seu agrado. Tolkien foi o nosso guarda-chuva amarelo. Que sorte a minha ter me sentado naquele banco e não em outro lugar. Não foi eu que te encontrei, você que me achou. Você sorriu para mim e eu sorri de volta. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas algo aconteceu. Antes que você pudesse me ouvir cantar “La vie en rose” na varanda de um prédio qualquer, antes de você se apaixonar perdidamente por uma imagem platônica, ilusória e fantasiosa, depositada no meu rosto, nos encantamos um pelo outro, assim, cotidianamente, sinceramente. E logo estávamos cantando juntos no telefone, cantando juntos em um bar com karaokê. “Ter saudade até que é bom”, você disse. “É melhor do que caminhar sozinho”, completei. Era tanta paixão, que era difícil disfarçar. E disfarçar pra quê? Ei, gosto tanto de você. Eu também, meu bem. Gosto muito de você.

Lar.

Pela segunda vez, você me convida ao seu lar. Eu entro timidamente, mas já me sinto abraçada por cada quadro na parede e pelo seu sorriso que me diz: seja bem-vinda na minha vida. E eu me sinto. Eu me permito entrar e me aconchego no seu sofá e no seu abraço. Em uma mania errada, eu me desculpo antes de dar oi. Desculpo pelas roupas molhadas pela chuva, pelo sapato que deixou pegadas pelo chão, pelo cabelo que... Eu me desculpo por- -ssshh. Eu sorrio e me sinto muito boba por simplesmente não ter te beijado ao te ver. E te beijo, te abraço, sinto suas mãos pela minha cintura. Genuinamente feliz. Em paz. Ainda que toda molhada da chuva. Na segunda vez na sua casa, tomo banho pela primeira vez na sua casa. E sorrio comigo mesma: será que fui eu que mudei ou foi você que me conquistou rápido demais? Em tão pouco tempo e já andamos tanto... você nem imagina o quanto. Como eu brinquei com você: você é um homem vivido, eu não. Mas algo em você me fez estar à vontade no seu lar, no