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Mostrando postagens de julho, 2016

Ninguém

Me desculpa por ter odiado todos os filmes de heróis que você nunca me fez assistir. Me desculpa ter te chutado a noite inteira naquela cama que não dormimos juntos. Me desculpa pela sua camisa que eu nunca sujei de katchup tentando abrir o sachê. Me desculpe pelas palavras mal ditas gritadas em uma briga que nunca tivemos, pelas pazes que nunca vieram. Me desculpa por não conhecer nenhuma das músicas que você nunca cantou pra mim, nem por achar um tédio os campeonatos de jogos que você nunca me fez assistir. Me desculpa por rir em momentos que eu deveria ser sexy e por aquela piada sem graça que eu nunca te contei. Me desculpa pelas festas que eu nunca te obriguei a ir, pela ressaca que você nunca me viu ter. Me desculpe pelos sorrisos que eu nunca te dei. Pelo frio na barriga, pelo sussurro no ouvido, pelo arrepio no braço, por todas as primeiras vezes que nunca... Me desculpe por aquele domingo que nunca saímos. Pelas mensagens que eu nunca respondi. Pelas vezes que eu nun

Qualquer coisa

Olha... Você não me conhece de verdade, você apenas vê o que eu decido mostrar. Não como uma falsidade, mas como uma proteção pessoal. Eu não permitirei que você veja o que há embaixo da minha armadura de palha – nem permitirei que saiba que a armadura é tão frágil. Eu sorrirei, direi piadas, você vai pensar que eu nunca estive mais feliz. Você vai pensar que minhas crises repentinas de depressão são apenas um drama pra chamar atenção, afinal, sou tão feliz no outro dia de manhã. Como posso estar assim no meio da madrugada? Chorando, em prantos, falando sobre vazios... Você jamais saberá. Você não me conhecerá por dentro, você não entenderá como meu mecanismo funciona, você verá apenas o bonito relógio funcionando, porque é assim que tem que ser. Você é passageiro na minha vida, eu sei. Eu não posso te confiar as minhas verdades, você irá me fazer me despir espiritualmente e depois irá embora. Como todos, você irá embora. Como todos os relacionamentos superficiais e frágeis, você vai

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Você quer me conhecer de verdade? Todas as semanas, sem ter dias exatos, eu choro no meio da noite, no meu banheiro. Eu sinto essa coisa presa em mim, um ALGO que eu alimento, cuido e cresce dentro de mim, causando este ALGO que me faz chorar. O que é? Eu não sei. Às vezes é dor, outras vezes não dói. Quando não dói, é um vazio sufocante que dança pelo meu corpo. Um vazio, uma questão, uma dúvida sobre mim mesma em relação a mim mesma, sobre mim aos olhos dos outros, sobre o mundo. O mundo inteiro é grande demais e me esmaga. O tempo me esmaga inteiramente. Por que eu choro, meu deus? É demais. A vida é tão frágil, é tanta pressa para ser feliz, para viver, para ser alguém – alguém para quem? Para o quê? Eu me olho no espelho enquanto choro, eu vejo meus olhos se encherem de lágrima. É nesta parte que mais dói, quando há dor. É como se apertassem meu coração e ele se esvaziasse em lágrimas. Meus olhos inundam e eu acho aquilo lindo. E então escorre. Eu me desespero por um minuto