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Mostrando postagens de setembro, 2015

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Você também se sente angustiado por estar preso em seu próprio corpo? Em seu corpo, nome e vida, preso junto com a voz do seu pensamento, ao seu Eu. Sim, é claro que posso modificar meu corpo, cortar o cabelo, mudar de cidade, mudar até não me reconhecerem mais. Mas ainda serei eu. Ainda me reconhecerei no espelho, ainda ouvirei essa voz quando fecho os olhos. Aprisionada em um único passado, a uma história, lembranças, sufocada por arrependimentos e escolhas mal feitas, tendo de suportar as consequências de tudo. Tendo que engolir os meus medos e a minha covardia, agarrada a uma indecisão que não me permite andar. Sinto como se estivesse sendo arrastada pelo tempo, dia após dia, arrastada e empurrada. Onde eu chegarei? E quando? Quando tudo vai mudar?! Você não sente que é aterrorizante estar preso neste lugar? Nosso único destino é morrer: o que acontecerá até lá? É tão apavorante ter que ser eu todos os dias, não poder tirar férias do meu próprio convívi

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" Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado