Culpa



Deito-me às 3h. Às 6h me levanto, não consigo dormir. Se o perdão pertence ao Céu, a culpa certamente pertence ao Inferno.
Preparo o café que não tem gosto junto com uma comida sem sabor para um corpo sem fome, piloto automático da rotina. Em cada lugar que sento, há um espinho dessa culpa que espeta.
Quando ando, o espinho está no pé. Quando me visto, está no espelho.
E lá estou eu diante de mim. Sou eu. Fui eu.
Às vezes me esqueço disso. Me divirto, é claro. Fico feliz, sorrio, abraço, ninguém nunca perceberá. O problema, meu amigo, é quando não há nada pra me distrair, pra fazer esquecer. Não há barulho da televisão que abafe.
E lá está o bicho, o monstro, a maldição.
Lá estou eu.

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