Um Bilhete pra Você



Tão distante quanto a Lua...
“Posso vê-la e admirá-la, mas não posso tocá-la nem tê-la para mim”.
Até mesmo as explosões quando vistas de longe, de muuuuito longe, tornam-se belas estrelas em um céu limpo e bonito, tornam-se romance. Quando vemos de perto, vemos muito pouco. Para enxergar melhor, é preciso ver de longe, com clareza.
Tive que ficar longe dele por um dia, por dois dias, por três dias. Fiquei longe por uma semana. Nesse tempo, senti vontade de lhe escrever, mas não foi possível. Nesse tempo, eu pensei... e cheguei à conclusão de que há momentos que são mais bonitos quando distantes, apenas nas lembranças.
Não acredito que o amor se acabe, ou morra, ou diminua. Não importa o quanto eu o esconda de mim mesma, o quanto eu negue, nunca deixarei de amar. O cheiro de rosas continua, mesmo que o perfume acabe. Se remexer e deixar todo o baú aberto, haverá sempre um resto de perfume. Mas não há como preenchê-lo de novo... Acabou.
Eu posso até sorrir, eu posso até chorar, eu posso até abraçar, mas serei sempre metade. A outra metade ficou do outro lado da porta. Todas as vezes que fui embora, um pedaço meu se desprendia de mim. Não posso mais fingir que sou a mesma, dar os mesmos sorrisos, oferecer o mesmo abraço de antes, porque nada disso existe mais. Não importa quantas vezes eu cruze esta porta, um pouco de mim sempre continuará do lado de fora. Essa parte sempre pertencerá ao que ficou pra trás e é grande demais para caber na mala, para caber no embrulho do Presente.
Cactos de vidros nunca voltam a ser os mesmos depois de quebrados. E em um espelho quebrado, podemos nos ver, mas a imagem nunca é a mesma. Nosso espelho se quebrou... Eu não consigo mais nos ver.

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