Pequena Nina
Saudades,
pequenina, de você e dos anos antigos. Mais saudades do que isso,
confesso, só de mim. Só de quem eu era antes de ser assim.
Saudades
de ser flor, ser beija-flor. A vida andava em pequenos passos,
devagarzinho, com o canto dos pássaros, dos passarinhos.
Sua mão,
sua doçura, limpavam minhas lágrimas sujas. Sujas de raiva, de dor,
implorando por amor. “É sobre o meu menininho”, eu lhe dizia chorando
baixinho. Os meus amores e complicações sarados com suas poesias e
canções. Cada sorriso teu era poesia, eu me lembro bem.
E assim eu
queria ser poesia também. Como você, eu queria transmitir paz,
serenidade e não toda essa minha ansiedade. Eu queria o seu bracinho de
noitinha pra deitar e dormir tranquila. A vida era mais fácil quando eu
tinha você, pequenina. Que saudade que dá.
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