Já está tarde, não há tempo para mais nada. Eu te deixo livre para ir a qualquer lugar. Você tentou tantas vezes fugir dos meus braços e eu tentei cumprir a promessa de não te deixar ir, mas agora você tem uma estrada imensa para seguir. Sem mim. Leve no bolso todas as nossas lembranças e aquelas suas mentiras bonitas, os panos molhados com falsas lágrimas. Vai que eu te cuido de longe e continuo rezando por você. Vai que, mesmo você me fazendo tão mal, eu ainda te quero bem.
Ao garoto da camisa listrada
Oh querido, pelos céus e pelo mar, apareça novamente, qualquer dia da semana, mas me traga a arma perfeita para matar minhas dúvidas. Oh querido, venha dar certeza ao que eu nem sei muito bem se existe. Vi passar apenas uma vez o menino com a beleza mais admirável que meus olhos contemplaram e me bastou. Mas caro leitor, não é apenas da beleza que tinha seu cabelo, seu corpo, seu sorriso que falo. Essas são coisas tão banais que o tempo leva depressa, não entregaria meu mais sublime amor por algo passageiro. Falo do que ele levava no olhar, coisa que poeta nenhum, canção alguma, artista nenhum poderá explicar. Nem mesmo eu. Porém, ouso a tentar. Era algo simples, como se fosse uma felicidade de criança, entretanto era deveras hipnotizadora e tinha um ar de perigo, como se o bem e o mal se encontrassem ali. Como um imã, seu olhar bateu no meu e me puxou de dentro para fora. Tentar me afastar seria nadar contra a maré. Seria inútil. Entreguei-me naquele momento aos olhos mais travessos q...
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