Só liguei pra dizer que sinto muito. Pra dizer que um dos meus tantos e maiores medos é de te perder. Por isso ajo assim. Liguei pra ouvir sua voz e, finalmente, para você ouvir a minha. Para você ouvir tudo o que eu guardei por tanto tempo. Liguei pra dizer que eu ajo por impulso, falo sem pensar, faço sem pensar. Eu não penso. E me arrependo. Mas não quero que nada te afaste de mim, por mais que eu quisesse ter forças para me afastar de você. Há uma força muito maior me atraindo pra perto, cada vez mais perto. Não é só porque fico bem ao seu lado, mas porque quero te fazer bem também. Não é só porque meu sorriso é mais verdadeiro com você por perto, mas também porque quero muito te fazer sorrir. Já disse hoje que seu sorriso é bonito? Então, por favor, não desliga ainda, que eu liguei pra falar que você é muito mais do que eu posso descrever. Que eu enfrentaria tudo para poder te abraçar. Liguei agora, porque tenho medo do nosso tempo acabar e você sair da minha vida. Liguei porque não posso te deixar ir. Sonhei com você essa noite, e no sonho você ia embora. Posso te pedir pra ficar? Há uma frieza na sua voz e um abismo gigantesco entre nós dois. Tudo isso me dói muito. Não ter conseguido fazer você ser meu, assim como eu sou sua, me dói muito. E hoje já não dá mais. E ainda, liguei pra te dizer que eu te a... Bem, eu... Tá fazendo o que ai? Quer assistir um filme qualquer dia?
Ao garoto da camisa listrada
Oh querido, pelos céus e pelo mar, apareça novamente, qualquer dia da semana, mas me traga a arma perfeita para matar minhas dúvidas. Oh querido, venha dar certeza ao que eu nem sei muito bem se existe. Vi passar apenas uma vez o menino com a beleza mais admirável que meus olhos contemplaram e me bastou. Mas caro leitor, não é apenas da beleza que tinha seu cabelo, seu corpo, seu sorriso que falo. Essas são coisas tão banais que o tempo leva depressa, não entregaria meu mais sublime amor por algo passageiro. Falo do que ele levava no olhar, coisa que poeta nenhum, canção alguma, artista nenhum poderá explicar. Nem mesmo eu. Porém, ouso a tentar. Era algo simples, como se fosse uma felicidade de criança, entretanto era deveras hipnotizadora e tinha um ar de perigo, como se o bem e o mal se encontrassem ali. Como um imã, seu olhar bateu no meu e me puxou de dentro para fora. Tentar me afastar seria nadar contra a maré. Seria inútil. Entreguei-me naquele momento aos olhos mais travessos q...
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