Você diz que me ama, mas o jeito que você me pisa, querido, eu não consigo entender. Suas palavras são tão bonitas, mas você fez planos para conseguir me afastar. Eu não tenho muito tempo e o tempo não vai parar para nós dois. Você vai me deixar morrer sem saber se você me amava de verdade? Você vai me deixar ir sem um beijo de boa noite? Eu vou morrer sem saber se seus sorrisos e lágrimas eram verdadeiros. Eu vou morrer sem conhecer a sua verdadeira face. Enquanto vivo, eu tento acreditar, eu tento enxergar o seu lado de flores. Eu juro, eu tento te entender. Mas você faz um nó na minha cabeça, você é o enigma que eu nunca vou conseguir desvendar. Você faz promessas e canta as mais belas canções. Você manda tão bem nas palavras, mas me diga, quantas vezes você repetiu para elas o que disse à mim? Me responda: quantas você consegue amar? Porque mesmo de longe, eu ainda consigo ver: você promete ser o príncipe para mais de uma princesa. Você disse que nunca deixaria de me amar, mas você me trata tão mal e não manda flores no outro dia. Suas notas de violão não me enganarão mais. Quantas garotas você deseja ao seu lado? Quantas são você-é-a-única-que-me-faz-bem? Me mostre a sua lista de eu-sou-tão-sozinho-sem-você-eu-nunca-vou-te-deixar. Todas foram embora e eu nunca te disse adeus. Querido, você me machuca tanto. Você se tornou o espinho que me corta. Então me responda alto e claro: por que eu ainda insisto em te querer por perto? Por que esse sentimento ainda me controla?
Ao garoto da camisa listrada
Oh querido, pelos céus e pelo mar, apareça novamente, qualquer dia da semana, mas me traga a arma perfeita para matar minhas dúvidas. Oh querido, venha dar certeza ao que eu nem sei muito bem se existe. Vi passar apenas uma vez o menino com a beleza mais admirável que meus olhos contemplaram e me bastou. Mas caro leitor, não é apenas da beleza que tinha seu cabelo, seu corpo, seu sorriso que falo. Essas são coisas tão banais que o tempo leva depressa, não entregaria meu mais sublime amor por algo passageiro. Falo do que ele levava no olhar, coisa que poeta nenhum, canção alguma, artista nenhum poderá explicar. Nem mesmo eu. Porém, ouso a tentar. Era algo simples, como se fosse uma felicidade de criança, entretanto era deveras hipnotizadora e tinha um ar de perigo, como se o bem e o mal se encontrassem ali. Como um imã, seu olhar bateu no meu e me puxou de dentro para fora. Tentar me afastar seria nadar contra a maré. Seria inútil. Entreguei-me naquele momento aos olhos mais travessos q...
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